“Não
me venham com problemática que eu tenho a solucionática.” Dadá Maravilha*
Conversando comigo,
Cesar propôs que façamos uma série de postagens detalhando o que fizemos nesses
dois meses que passaram. Ele me convenceu quando disse que as pessoas se
interessariam pela parte técnica, pois essas informações são relevantes quando elas
precisam resolver problemas semelhantes em seus próprios barcos. Ele sugeriu
também o formato desses textos, como você verá abaixo.
Cesar
pousa no poço (cockpit) do Hoje!
Começaremos com um
problema no motor que nos deixou apreensivos logo na primeira saída*.
Problema:
A partida era dada
com relativa facilidade, contados aproximadamente vinte minutos de
funcionamento, notava-se uma leve fumaça e pifava. Depois disso não era mais
possível religá-lo. Pousando a mão sobre a parte de cima do motor se concluía
que estava mais aquecido que o normal, isso explicava também o fato da leve
fumaça. Cesar constatou que ela era resultado desse calor demasiado, que
sobreaquecia as borrachas. Depois de frio era possível dar nova partida, tão
logo aquecesse, pifava novamente.
Diagnóstico:
Muito provavelmente
o sistema de arrefecimento, que é feito com água salgada, estava ineficiente ou
inoperante. Por conta disso o motor aquecia até travar. Os pistões dilatavam e
os anéis eram suprimidos na camisa causando o travamento. Isso persistia até a
temperatura decair.
Solução:
Cesar estudou os
dutos de admissão da água salgada e descobriu por onde ela entrava. A princípio
desconfiávamos do rotor que poderia estar quebrado, mas, com o motor ligado,
tiramos a mangueira que puxa a água salgada da rabeta, que sempre fica
submersa, e a manda para dentro do bloco, ou seja, ele
estava executando perfeitamente seu trabalho. Deduzimos então que algum duto interno
do motor estaria entupido. Cesar fez um teste com a mangueira que entrava no
motor, assoprando-a, e o resultado foi negativo, logo, era lá dentro o
problema.
Assinalado
em vermelho, a entrada d’água salgada que estava obstruída
Para tirar uma
dúvida, Cesar introduziu uma chave de fenda na boca do duto, no bloco do motor.
Ali, havia, pela ação do tempo, depositado-se muito sal causando o entupimento.
Desobstruiu o canal e podemos constatar uma pequena “pedra” de sal. Montamos
novamente os dutos e religamos o motor. Surpresa! O motor ficou ligado durante
duas horas e só parou de funcionar por que o desligamos. Enquanto ele
funcionava todo esse tempo regulamos o carburador. Até seu ronco passou a soar
bonito e agradável. Como é bom poder fazer as coisas funcionarem em sua máxima
precisão, pura harmonia! Durante essa lacuna cronológica houve um trabalho
paciente e minucioso, análogo ao de um relojoeiro e toda essa meticulosidade culminou
na recuperação de um motorzinho simpático que dá gosto ver funcionando.
Acompanhe a série de
soluções que encontramos para os problemas apresentados no Hoje! afim de
melhorá-lo para ótimas velejadas.
Abraços e até a
próxima postagem!
Obs.: As palavras que contém o * remetem a um link
sobre o assunto relacionado.
bacana amigo eu como sou mecanico,mas só mecho no meu veleiro sei da importancia destes comentarios e postagem ,para aqueles que não pegam nem numa chave de fenda,tambem serve de aviso para revisarem seus motores 2 vezes ao ano mandar limpar toda refrigeração do motor parabéns pela postagem
ResponderExcluirMuito bem colocado, quem sabe, para quem já tem certa familiaridade com essa parte, mecânica/elétrica, não encontrará muita novidade, mas, você é um cara inteligente e percebeu isso, inclusive, o motor, num veleiro, é um recurso de segurança, e não pode ser negligenciado. Obrigado pela presença e comentário virtuais Vandéco! Abraços desde a Babitonga!
ExcluirRico, muito bom o post. Esclarecedor, principalmente prá mim que não sei 'lhufas' de mecânica ou elétrica e nem hidrálulica....snif snif snif....por isso mantenho a manutenção do motor em dia. Mas como você mesmo disse o motor é um ítem de segurança e não para uso constante e exatamente por isso tem que estar em dia.No meu caso, uso bem pouco, o que sabemos, não é bom. Costumo usar só prá docar, sair da poita e voltar, de resto é na vela mesmo!! Mas meu motor já me tirou de algumas 'roubadas', barbeiragens grandes...numa delas, tentei rizar a mestra, o vento estava forte, não contava com o rebojo da maré e quase subi na Ilha da Bixiga, aquela do Amyr Klink!! Já pensou o Mico: Oiêêêê!! Cheguei!! rsrsrsr
ResponderExcluirBacana a história Cmte. Stark! [risos] Somos dois a respeito do conhecimento técnico. O prof. Cesar está me auxiliando nessa parte, e, você sabe, isso faz diferença. Nada é instantâneo e vou assimilando as lições com o tempo. Obrigado pelo comentário e forte abraço daqui da Babitonga!
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