quinta-feira, 15 de março de 2018

SALVAGUARDA DA VIDA HUMANA


a) A busca e salvamento de vida humana em perigo a bordo de embarcações no mar, nos portos e nas vias navegáveis interiores, obedecem à legislação específica estabelecida pelo Comando de Operações Navais;

b) Qualquer pessoa, especialmente, o Comandante da embarcação, é obrigada, desde que o possa fazer sem perigo para sua embarcação, tripulantes e passageiros, a socorrer quem estiver em perigo de vida no mar, nos portos ou nas vias navegáveis interiores;

c) Qualquer pessoa que tomar conhecimento da existência de vida humana em perigo no mar, nos portos ou vias navegáveis interiores, deverá comunicar imediatamente o fato à CP/DL/AG ou Autoridade Naval, mais próxima; e

d) Nada será devido pela pessoa socorrida, independentemente de sua nacionalidade, posição social e das circunstâncias em que for encontrada.



segunda-feira, 5 de março de 2018

A Passagem Proibida


Navegando pelo mar cibernético encontrei algo que poderá ser uma história no mínimo inusitada, digna de uma aventura autêntica. Segundo o próprio navegador pretendente ao feito, Jackson Rodrigues, o Capitão Joshua Slocum, primeiro velejador solitário a completar uma circunavegação pelo planeta água, almejava entrar pelo rio Orinoco na Venezuela, percorrê-lo até o rio Cachequerique, acessar o rio Negro, um afluente do maior rio do mundo: o Amazonas! Navegar até sua foz e finalmente reencontrar as águas do mar.

Joshua Slocum desejava realizar esse feito, mas uma provável tormenta o pegou de surpresa no mar do Caribe e nunca mais foi encontrado nem seu famoso barco batizado de Spray. Nosso nobre personagem tupiniquim pretende prestar uma homenagem póstuma àquele que ainda inspira muitos navegantes a embarcar em busca de aventuras e experiências semelhantes.

O trimarã construído por ele mesmo, Jackson Rodrigues, é rústico, mas inspira confiança e suas linhas denunciam sua qualidade marinheira. Para navegar dentro daqueles rios quando a mata for muito fechada e os ventos não forem suficientes, utilizará remos também construídos por ele. O pequeno barco não possui motor e a vela é içada à espicha como nos tradicionais barcos de nossa costa.

Sua estratégia parece muito adequada sendo que a palavra de ordem naquela região é discrição, pois não quer chamar a atenção senão concluir sua expedição. Todos sabem a região é inóspita devido à pirataria e o estado é quase ausente. Casos anteriores fazem a aventura parecer temerária, porém é de sonhos que vivemos e como crianças, quem nunca através de um mapa uniu dois pontos e traçou uma rota e teve imensa curiosidade em colocar todo esse plano em prática?

Essa parte do planeta habita os sonhos e curiosidade de humanos de todas as partes do mundo, muitos estrangeiros ousaram desvendar os segredos desses rios e alguns não voltaram para contar a história. Temos um Indiana Jones dentro de nós e muitos não conseguem sossegar enquanto não vão até lá saciar essa vontade de desbravar novas águas, terras e conhecer de perto os povos que habitam aquele lugar há muito tempo.

O lugar é de íncrivel riqueza, sobretudo natural, água doce praticamente inesgotável, fauna e flora abundantes e intrigantes. Milhares de aldeias indígenas, algumas delas nunca descobertas pelo homem branco. Em meio a toda essa diversidade natural e por causa também da humidade excessiva, muitas doenças tropicais.



Primeiro mapa da região elaborado pelo cientista alemão Alexander von Humboldt em 1850 comprovando a existência do canal



Note na área amarela do mapa que todo esse território são imensas ilhas fluviais, já que tudo é envolto por água!


Vamos acompanhar o aventureiro pela desconhecida e inóspita Passagem Cassiquiare torcendo por seu regresso incólume e que nos traga as impressões dessa incrível experiência a que poucos mortais têm coragem de enfrentar.

Bons ventos, marés e correntes!