Nessa
sexta-feira, o dia inteiro de sol e quente para o inverno, chegando aos 25° C
quando o astro rei estava à pino. Estava ansioso para poder fazer nosso
veleirinho Hoje! deslizar novamente
pelas águas da Babitonga e liguei na hora do almoço para o Marcelo, amigo que
fizemos logo que chegamos com o barco, por terra, no Capri. Marcelo disse que
estava terminando de almoçar e que logo partiria para o Capri.
Feliz
proprietário de um Van de Stadt 30 Júpiter, nossa família teve o privilégio de estrear
na Babitonga à convite dele no Talhamar.
A euforia foi tanta que esqueci a máquina fotográfica no carro e não pude
registrar visualmente essa velejada que pra nós foi histórica. Ficou o registro
indelével na memória e o início de uma amizade, o outro amigo, Luciano Saraiva
também estava nesse dia. Isso foi antes de acertarmos os detalhes para
relançarmos o Hoje! nágua.
Horário
acertado para a saída nos encontramos na frente da oficina do Sr. Nestor. Como
sempre, o pessoal que trabalha com ele; Pepê, Patrick e Átila, sempre muito
solícitos, nos auxiliaram com o bote [aqui chamam de bateira] que nos leva até
o barco. Marcelo, velejador experiente [começou a velejar em 1978, eu nasci um
ano depois!] começou a me mostrar como eu poderia arrumar as velas e tralhas
para poder operar o Hoje! sozinho. Procedimentos todos efetuados, ligamos o
motor e saímos. Como tínhamos o final de tarde somente pra velejar era melhor
ligar o motor pra podermos sair pelo canal do Iriri, acelerando o processo.
Usaríamos as velas na baía.
Saindo no motor para ganhar tempo e
poder aproveitar a velejada antes do pôr do sol
Note, à direita da foto, a vela
largada no convés, pronta para ser içada
Tão logo sentimos o motor ser desnecessário, e isso não
demorou muito, pois soprava um nordeste típico de tempo estável por aqui nessa
época, 6 nós, içamos as velas e desligamos o motor. Pronto, estávamos
velejando! Ultrapassamos as bóias que delimitam o acesso ao Capri de forma
ágil, os ventos eram brandos porém constantes e logo rajadas começariam a
entrar. Os ventos eram gentis, mas o mar não estava liso, prenunciava na sexta
o que alertaram os meteorologistas quanto a ressaca que ocorre hoje, domingo, e
amanhã. A velejada foi das mais emocionantes, divertidas e também, pra mim,
temerosas. Como nunca havia navegado com ondas, perguntava ao Marcelo se tudo
corria normalmente, ele, sentindo as rajadas entrar, só “caçava os panos”, é
meus amigos, ele tensionava mais as velas, o barco adernou [segundo ele] mais
de 40° e as ondas, ah! as ondas... elas tinham quase um metro contando da sua
base, e as vagas eram curtas. Subíamos e descíamos pelas ondas no contravento,
segundo Marcelo, as rajadas chegaram a uns 16 nós, e ele só elogios ao
barquinho. Devo concordar pois era nítido o cortar das ondas sem embarcar uma
gota dágua. Nessa altura fiquei mais relaxado pois notava-se claramente que o
trabalho não era dos mais penosos para o barco, pelo contrário, demonstrou valentia
e ser feito justamente para isso. A emoção foi tamanha que não quis largar o
leme para fotografar ou filmar, inclusive esse é a um dilema do
fotógrafo/cinegrafista/jornalista, a partir do momento em que você participa do
que está registrando você sai da posição de observador, ficando prejudicado o
material. Essa vivência ficou registrada em minha mente e como o resultado foi
positivo fico esperando uma próxima vez. Como não tínhamos muito tempo, era o
final da tarde, demos um bordo até Itapoá, bem perto do farol [desativado],
depois outro bordo até a torre do sumidouro e então, devido ao horário, achamos
por bem retornar paralelamente à praia do Capri. Abrimos as velas de modo que o
vento nos empurrasse, pela alheta, nos devolvendo até o canal do Iriri
novamente. Radiantes e realizados, embora curta, a velejada foi um sucesso.
Mais aprendizado pra mim e muita diversão para o Marcelo que ficou surpreso com
as rajadas que recebemos de presente e feliz com a velocidade que
desenvolvemos.
Retorno pelo canal do Iriri, que é
bem abrigado e dificilmente tem ondulações.
Assista ao vídeo da velejada:
Mais uma velejada vitoriosa por aqui, agradeço ao
Marcelo por compartilhar de sua experiência comigo.
Abraço grave, ótimos ventos e velejadas a todos! Ótima
semana e até a próxima!
Eu estava achando estranho mesmo esse seu "matutino", mas achei que fosse coisa do fuso horário, kkk!. Bons ventos e parabéns pelas velejadas. A luz dai é de dar inveja!
ResponderExcluirFuso horário [risos], deve ser da minha cabeça! Obrigado Capitão Juca! Esse dia o pôr do sol foi especial, não captei nenhuma foto pois a conversa no cockpit estava muito boa. Abraço, ótimos ventos e velejadas aí em Santos!
ExcluirBeleza de Velejada Rico!! São esses momentos que fazem a vida valer a pena!!
ResponderExcluirCom relação às fotos, vai uma ideia: eu fiz um suporte ultra-mega-tabajara , uma trapizonga que mantém a câmera sobre o casario da cabine. Como às vezes saio em solitário, ela registrava tudo e depois eu editava. Funciona!!
Barco adernado, em segurança, ondas pela proa...Bom Demais!!
abraços!! _/)~~~~_/)~~~~
Obrigado Cmte. Ricardo! Concordo com suas palavras.
ExcluirVou estudar uma traquitana como a sua, com certeza vai garantir ótimas fotos e vídeos, muito boa a dica.
É, barquinho adernado é garantia de emoção!
Abraços, ótimos ventos e velejadas no Saco da Ribeira!