sexta-feira, 19 de julho de 2013

Deslizando sobre as águas

Nesta quarta-feira, depois de alguns dias tentando fazer o motor pegar, decidimos levar o barco de volta ao Capri para fazer os devidos reparos. Convidamos o Luciano Saraiva para a empreitada, já que sem motor exigia-se experiência na vela. Luciano, de prontidão, aceitou o desafio.

Horário combinado, estávamos todos reunidos mais uma vez no trapiche do Museu Nacional do Mar. 

Saraiva, tripulante exemplar, nos auxiliou na lavagem do convés, antes de zarpar.

Desta vez a empreita era diferente, sairíamos na vela e tínhamos apenas uma bafagem de oeste [terral] mais a corrente de maré [vazante], ambos na mesma direção, leste. Estes elementos naturais acabaram nos levando ao porto que fica do lado direito do Museu [em terra]. Sem vento o barco acabou derivando em direção ao porto [sim, de novo! Acompanhe aqui]. Jogamos âncora e fundeamos. Conferimos nossa posição, para ter certeza que não garraríamos, e acompanhamos tendo como referência um poste que ficava a 270º relativos, ou seja, no través de bombordo. A âncora bruce cumpriu perfeitamente seu papel e estávamos seguros, um choque com o berço de atracação do porto não era mais preocupação. A partir daí sentimos na pele o que a palavra paciência significa. Como estava previsto, a partir do meio-dia, ventos do quadrante nordeste começariam a entrar, só que com gentileza, uns 3 nós. Esses ventos gentis, que poderiam nos tirar daquela situação desconfortável não eram sentidos, pois a parede de contêineres que estava no berço do porto nos abrigava desse vento tão pretendido. Saraiva, já descrente da nossa saída contatou o Bruno, que trabalha na empresa de praticagem, e explicou a situação. Bruno, muito solícito e compreensível, nos auxiliou no reboque da lateral do porto até o meio da baía. Quero deixar nosso agradecimento, mais uma vez, ao pessoal da praticagem que age de forma sempre imprescindível, muito mais como missão do que por obrigação.

         Estávamos no meio do canal, e da baía, agora os elementos nos empurrariam, naturalmente, para nosso destino, o Capri.


Saraiva sempre atento ao perfeito trimar das velas

Os 3 nós iniciais aumentaram para uma boa aragem e depois ficaram entre 6 e 7 nós, vindos de nordeste [sotavento]. Com essa frequência de vento, também frequente foi nossa velocidade; média de 3,5 nós. O Hoje!  deslizava suave e bonito por cima dos “carneirinhos” formados pelo vento, sem caturrar ou bater, permanecia estável, seguindo no rumo que adotamos; nessa hora reconhecemos a qualidade marinheira dele. No contravento, recebendo o nordeste pelas bochechas de nosso querido barquinho demos quatro bordos longos e logo estaríamos no canal do Iriri, que dá acesso ao Capri. 


Saraiva, Letícia e Heloísa, essa última em sua primeira velejada.

Chegada ao nosso destino, o Capri

Ainda sem bote de apoio, contamos com a ajuda providencial do pessoal que colhe berbigão. Não bastasse o enorme favor, ainda nos presentearam com a iguaria. Nosso muito obrigado!

No outro dia, cedo, uma bruma tomou conta de São Chico, o Hoje! ficou assim...

Despedimo-nos aqui. Obrigado ao nosso amigo velejador Luciano Saraiva. Quem quiser aprender a velejar pode acessar a página dele

Até a próxima, bons ventos e velejadas para todos!

4 comentários:

  1. Essa foto do Hoje! no meio da bruma ficou simplesmente FANTÁSTICA!

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    1. Obrigado Walnei, generosidade sua. Obrigado por acompanhar o blog.

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  2. Fato!! Foto Fantástica!! Fito e Fico Feliz!!

    pura inspiração!! _/)~~~_/)~~~~_/)*

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    1. Obrigado Cmte Stark, e vamos velejar que tem muita água pra passar debaixo do casco!

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