quarta-feira, 30 de abril de 2014

Velejada a Dois - Primeira Vez

         Esses dias intimei a Almiranta à uma saída sem as crianças. Depois da última velejada, que ela tirou de letra, acabou topando. Antes de embarcarmos ficamos um pouco apreensivos, coisa natural antes da primeira velejada. Na outra vez que saí sozinho, o motor ainda não tinha sido apresentado ao Cesar,  quem acompanha o blog já leu essa história por aqui.

         Tão logo embarcamos liguei o motor, como já peguei o jeito, na primeira puxada ele funcionou, o bichinho está tinindo! Deixei-o ligado por poucos minutos até atingir a temperatura de trabalho. Enquanto isso iniciamos as fainas de preparação, vela (buja) devidamente posicionada para uso imediato, e soltar as amarras da melhor forma, evitando riscar o costado do barco ou até batê-lo no cais. A vantagem de um barco como o nosso é que podemos, com tempo bom, manuseá-lo com as mãos de cima do cais, ele é leve. Tudo pronto, saímos no motor pelo Canal do Iriri, lar do nosso barquinho.

         A Luciane, empolgada, bateu várias fotos enquanto eu conduzia através do canal até a Ponta das Galinhas. Chegando lá notamos a correnteza que causava grande turbulência. Era a maré subindo com bastante força se fazendo notar até nas boias que demarcam a passagem, ficando bem esticadas e inclinadas por conta da quantidade d’água que adentrava a baía.




Ponta das Galinhas ou seria dos Biguás?

         Esperei a passagem pelas boias para poder içar nossa vela, então a Luciane ficou no leme com o motor ainda engrenado avante. O vento vinha pela nossa proa, nordeste/leste. Subi a buja e a regulei, como ainda não tínhamos acertado o barco no vento, ela panejou um pouco. Quando conseguimos encaixá-lo no vento notamos que dada a correnteza o que ganhávamos no pano, perdíamos na água. Por alguns minutos ficamos ali, ganhando lá perdendo cá, e com muita parcimônia nos deslocamos para dentro da baía. Então a Luciane, achou que já estava bom, com receio de irmos muito longe, me deu um sinal para voltarmos. Entendi que para primeira vez já estava de bom tamanho, ela estava certa, devo reconhecer (ela sempre está em 99% das vezes). Respeitando nossa experiência, baixei e estivei a vela no convés, engatei avante e fizemos o retorno. A maré enchia e com ela seguimos retornando sem muito esforço.

         Felizes, retornávamos radiantes da nossa primeira experiência sozinhos. Pudemos sentir como é estar no controle por nossa conta e risco. Satisfação poder atracar depois de cumprida essa singela navegada.

         Indiretamente Dom Cesar embarcou conosco, pois sua paciência e colaboração na manutenção do nosso pequeno motor foi simplesmente crucial nesse nosso debut. Com segurança concretizou-se a primeira experiência. Devo gratidão ao nosso professor que pode nos auxiliar mais uma vez nesse imenso caminho e aprendizado que o Mar pode nos proporcionar, OBRIGADO!

         É com essas palavras que finalizamos mais uma vez essa postagem nesse blog que nos dá muito prazer em sua feitura e orgulho quando notamos que encontramos eco nos corações de muitas pessoas que sentem necessidade de simplificar suas vidas, pois as emoções genuínas são assim, simples, leves e puras.

         Grande abraço da nossa família à sua, e não esqueça das palavras de Marçal Ceccon, desengavete seus sonhos!

Bons Ventos desde a Babitonga!




No retorno, a realização

2 comentários:

  1. Relaxa pessoal, a primeira vez é sempre difícil!! kkkk Mas, falando sério, vocês têm que treinar essas saídas a dois e inclusive deixar a Luciane levar o Hoje, sozinha. Aí, um dia, deixa ela jogar o ferro, ligar e desligar o motor, subir e descer a vela, buscar a cerveja, etc...e respeitar os limites de cada um, barco, cmte., tripulação, vento e mar. A Maria outro dia vomitou muito. Quando vi que não iria parar, voltei na hora....faz parte ....
    abraço!!

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    1. [risos!] O senhor está de gozação, imagina, até buscar cerveja! [risos!] Falando sério, mareou aí, se possível, melhor mesmo é voltar. Ótima decisão Cmte.

      Abraços da nossa família à sua desde a Babitonga!

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