Esta semana, vindo
de Itajaí, chegou Spinelli a bordo de seu veleiro Soneca. Tio Spinelli, como
gosta de ser chamado, é um experiente mergulhador e professor e seu interesse
por embarcações começou por causa dessa atividade. Capitão Amador pela Marinha
do Brasil desde 1982, teve como colega de turma para a graduação, Amyr Klink.
Construtor amador, seu primeiro barco foi uma traineira que reencontrou,
saudoso, em Joinville. O veleiro viria um pouco depois, pois sua construção
demandaria 11 anos.
Foi uma semana
aportado pelas águas da Babitonga. Logo que chegou, jogou o ferro em frente ao
Centro Histórico de São Francisco do Sul onde acontecia a Festilha (Festa das
Tradições da Ilha). O cansaço era tamanho, depois de doze horas navegando entre
Itajaí e nossa ilha, que tão logo chegou, preparou seu almoço, comeu e
simplesmente despencou em seu beliche de popa sem nos ouvir chamá-lo logo depois.
Até cogitamos sua ausência no barco, mas o bote de apoio confirmava o contrário.
No outro dia
combinamos de nos encontrar no Museu Nacional do Mar, que fica quase ao lado de
onde estava fundeado. Ele viria com o barco e nós por terra. Jogou o ferro pela
proa e amarramos a popa no cais. Depois, por causa do movimento de embarcações,
a âncora garrou um pouco, o suficiente para a popa encostar no cais danificando
um pouco o leme de vento. Spinelli ficou um pouco apreensivo mas eu o
tranquilizei dizendo que em Joinville faria o reparo pois é uma cidade fabril,
voltada à mecânica.
Em Joinville pôde
ajudar quatro jovens marinheiros que trabalham em iates a entender melhor as
matérias para o prova de Capitão. Eles pediram ajuda a ele logo que chegou,
pois não haviam conseguido passar na primeira prova. Spinelli então ficou um
pouco mais em Joinville motivado pelas aulas que lecionou em troca apenas de quantas
diárias fossem necessárias a sua permanência. Nesse ínterim fez o reparo no
leme de vento e ficou de olho na previsão do tempo, esperando o melhor momento
de zarpar.
Pedi a ele que
passasse por aqui, no Capri, antes de zarpar definitivamente em direção a
Santos, última escala antes de retornar ao seu porto, o Saco da Ribeira,
Ubatuba, litoral norte do estado de São Paulo.
Cesar ficou de
prontidão no Capri aguardando a chegada de Spinelli vindo de Joinville. Veio a
motor devido a ausência de vento. Os dois trocaram muitas figurinhas, ainda não
conheciam-se. Comemos uma pizza à noite e jogamos muita conversa fora, com os
assuntos todos variando, mas girando sempre em torno da Vela. Fato inusitado é
que não bebo, ou quando o faço, é uma quantidade irrisória, Cesar e Spinelli
também não. O dono da pizzaria, por cortesia, me serviu uma cerveja Opa, feita artesanalmente
em Joinville. Estava até engraçado, eu, o único a beber na mesa. Dessa forma,
pudemos conhecer melhor Spinelli, pessoa muito educada, que nos deu um banho de
experiências inusitadas, como uma viagem que fez à Cuba para mergulhar, e muita informação pertinente a respeito de barcos e náutica.
Foi uma semana na
baía Babitonga que nos rendeu uma ótima visita e, acredito, deve ter lhe
propiciado uma agradável vivência. Ficamos muito felizes de recebê-lo por
nossas águas e espero que tenha gostado tanto quanto nós.
É com esse espírito
que nos despedimos desejando bons ventos, até a próxima!
Requisitei
a ajuda de motonautas para acordar Spinelli, o que, não foi possível
Soneca atracado no Museu Nacional do Mar
Últimos acertos
Esperando a hora exata da maré vazar
Muitos alimentos selecionados por sua esposa especialmente para essa viagem
Esse é o Spot, que mostra a posição do navegador para quem fica em terra
Saída pelo Canal Iriri
Uau! Mas que alívio! Eu achei que fosse o único velejador na face da terra que não bebesse, em especial cerveja! kkkkkk Não estou só! Rico,fiquei com inveja do Tio. Estar com vcs é um privilégio que eu ainda terei. Bons ventos, desde a baía de Santos!!!
ResponderExcluirGrande Juca, não, não estás só, somos da turma dos abstêmios! Ficamos felizes de você considerar um privilégio estar entre nós, obrigados. Programem-se, abasteçam o Malagô e venham!
ExcluirObrigado pelo comentário Juca, bons ventos desde a Babitonga! [hehe]
Ola Rico tudo bem...
ResponderExcluirPoxa!! essa ilha alem de ser linda, só aparece grandes velejadores.Parabéns pela recepção a qual você e sua família fornecer para os velejadores que aparece na sua região.
Ps: Você aumentou o seu pier?
Abç
Nilson
Grande Nilson, desculpe a demora na resposta, essa semana estávamos em Curitiba visitando a família.
ExcluirObrigados pelos elogios, para nós é um prazer poder recepcionar velejadores e sempre que possível, oferecer-lhes um lugar seguro para ancorar/atracar.
Orientamos o Spinelli a atracar no flutuante maior, ao lado do nosso, pois o barco dele tem 33 pés. Aumentaremos nosso flutuante, na maré bem baixa o barco acaba encostando com a quilha no fundo, adernando e deitando em cima dele. É o nosso pequeno projeto para os próximos dias.
Abraços desde a Babitonga!
Blz, tudo certo.
ResponderExcluirA próxima vez que vier a Curitiba, por favor me liga pra tomar um cafezinho aqui em casa.
Abç
Nilson
Muito obrigados pelo convite, abraços!
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