segunda-feira, 12 de maio de 2014

Spinelli pelas águas da Babitonga


Esta semana, vindo de Itajaí, chegou Spinelli a bordo de seu veleiro Soneca. Tio Spinelli, como gosta de ser chamado, é um experiente mergulhador e professor e seu interesse por embarcações começou por causa dessa atividade. Capitão Amador pela Marinha do Brasil desde 1982, teve como colega de turma para a graduação, Amyr Klink. Construtor amador, seu primeiro barco foi uma traineira que reencontrou, saudoso, em Joinville. O veleiro viria um pouco depois, pois sua construção demandaria 11 anos.

Foi uma semana aportado pelas águas da Babitonga. Logo que chegou, jogou o ferro em frente ao Centro Histórico de São Francisco do Sul onde acontecia a Festilha (Festa das Tradições da Ilha). O cansaço era tamanho, depois de doze horas navegando entre Itajaí e nossa ilha, que tão logo chegou, preparou seu almoço, comeu e simplesmente despencou em seu beliche de popa sem nos ouvir chamá-lo logo depois. Até cogitamos sua ausência no barco, mas o bote de apoio confirmava o contrário.

No outro dia combinamos de nos encontrar no Museu Nacional do Mar, que fica quase ao lado de onde estava fundeado. Ele viria com o barco e nós por terra. Jogou o ferro pela proa e amarramos a popa no cais. Depois, por causa do movimento de embarcações, a âncora garrou um pouco, o suficiente para a popa encostar no cais danificando um pouco o leme de vento. Spinelli ficou um pouco apreensivo mas eu o tranquilizei dizendo que em Joinville faria o reparo pois é uma cidade fabril, voltada à mecânica.

Em Joinville pôde ajudar quatro jovens marinheiros que trabalham em iates a entender melhor as matérias para o prova de Capitão. Eles pediram ajuda a ele logo que chegou, pois não haviam conseguido passar na primeira prova. Spinelli então ficou um pouco mais em Joinville motivado pelas aulas que lecionou em troca apenas de quantas diárias fossem necessárias a sua permanência. Nesse ínterim fez o reparo no leme de vento e ficou de olho na previsão do tempo, esperando o melhor momento de zarpar.

Pedi a ele que passasse por aqui, no Capri, antes de zarpar definitivamente em direção a Santos, última escala antes de retornar ao seu porto, o Saco da Ribeira, Ubatuba, litoral norte do estado de São Paulo.

Cesar ficou de prontidão no Capri aguardando a chegada de Spinelli vindo de Joinville. Veio a motor devido a ausência de vento. Os dois trocaram muitas figurinhas, ainda não conheciam-se. Comemos uma pizza à noite e jogamos muita conversa fora, com os assuntos todos variando, mas girando sempre em torno da Vela. Fato inusitado é que não bebo, ou quando o faço, é uma quantidade irrisória, Cesar e Spinelli também não. O dono da pizzaria, por cortesia, me serviu uma cerveja Opa, feita artesanalmente em Joinville. Estava até engraçado, eu, o único a beber na mesa. Dessa forma, pudemos conhecer melhor Spinelli, pessoa muito educada, que nos deu um banho de experiências inusitadas, como uma viagem que fez à Cuba para mergulhar, e muita informação pertinente a respeito de barcos e náutica.

Foi uma semana na baía Babitonga que nos rendeu uma ótima visita e, acredito, deve ter lhe propiciado uma agradável vivência. Ficamos muito felizes de recebê-lo por nossas águas e espero que tenha gostado tanto quanto nós.


É com esse espírito que nos despedimos desejando bons ventos, até a próxima!


Requisitei a ajuda de motonautas para acordar Spinelli, o que, não foi possível



Soneca atracado no Museu Nacional do Mar


Últimos acertos


Esperando a hora exata da maré vazar




Muitos alimentos selecionados por sua esposa especialmente para essa viagem


Esse é o Spot, que mostra a posição do navegador para quem fica em terra



Saída pelo Canal Iriri


6 comentários:

  1. Uau! Mas que alívio! Eu achei que fosse o único velejador na face da terra que não bebesse, em especial cerveja! kkkkkk Não estou só! Rico,fiquei com inveja do Tio. Estar com vcs é um privilégio que eu ainda terei. Bons ventos, desde a baía de Santos!!!

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    1. Grande Juca, não, não estás só, somos da turma dos abstêmios! Ficamos felizes de você considerar um privilégio estar entre nós, obrigados. Programem-se, abasteçam o Malagô e venham!

      Obrigado pelo comentário Juca, bons ventos desde a Babitonga! [hehe]

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  2. Ola Rico tudo bem...
    Poxa!! essa ilha alem de ser linda, só aparece grandes velejadores.Parabéns pela recepção a qual você e sua família fornecer para os velejadores que aparece na sua região.

    Ps: Você aumentou o seu pier?

    Abç

    Nilson

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    1. Grande Nilson, desculpe a demora na resposta, essa semana estávamos em Curitiba visitando a família.

      Obrigados pelos elogios, para nós é um prazer poder recepcionar velejadores e sempre que possível, oferecer-lhes um lugar seguro para ancorar/atracar.

      Orientamos o Spinelli a atracar no flutuante maior, ao lado do nosso, pois o barco dele tem 33 pés. Aumentaremos nosso flutuante, na maré bem baixa o barco acaba encostando com a quilha no fundo, adernando e deitando em cima dele. É o nosso pequeno projeto para os próximos dias.

      Abraços desde a Babitonga!

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  3. Blz, tudo certo.

    A próxima vez que vier a Curitiba, por favor me liga pra tomar um cafezinho aqui em casa.

    Abç

    Nilson

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