segunda-feira, 5 de maio de 2014

Por uma Maçã


Lelê, Joanna e Clara

        Sexta-feira, segundo dia do mês de maio. Mais um dia de sol na Ilha Encantada, desde cedo. Não havíamos programado nada, porém, o dia bonito nos impôs a condição sine qua non. Foi eu “cantar a bola” e a resposta foi unânime; todos queriam velejar.

         Pouco antes do almoço liguei para Dom Cesar combinando a saída, que desta vez contaria com o embarque de duas tripulantes novatas, Joanna e Clara, amigas da Lelê, nossa filha. De brinde levaríamos nosso chaveirinho, o Victor.

         O vento era de sudoeste, pouco comum por aqui, quem sabe existia uma influência de um ciclone localizado no litoral do Rio Grande do Sul, isso ocasionou rondadas de sueste com relativa intensidade, causando certo desconforto na navegada. Estávamos no través da praia do Capri quando recebíamos essas rajadas que calculo ter atingido uns 25 nós, depois o vento voltava a soprar de sudoeste entre 12 a 15 nós.

        Estávamos a todo pano, com mestra e genoa, quando recebemos uma dessas. O barco entrou na direção do vento (orçou) bruscamente, com isso, adernamos bastante e subitamente. Joanna viu seu telefone móvel da maçã deslizar pelo convés em direção ao mar, qual não foi o reflexo dela em apanhá-lo, acabou ficando suspensa no ar e só foi segurada pelo guarda mancebo. A manobra de salvamento do eletrônico custou-lhe um hematoma. Sem arrependimento, depois justificou que a aquisição demandou meses de trabalho. Depois de passado o susto, gargalhadas coletivas e mais uma história para contar.

         Dada a quantidade de vento e de pano, voltamos rapidamente.

     Esperamos que as novas marujas tenham apreciado. Nosso trabalho foi feito, as sementes foram plantadas.


        É com esse sentimento que nos despedimos desejando bons ventos desde a Babitonga!








6 comentários:

  1. Rico, certa vez o Wallace literalmente se jogou no mar para pegar algo que tinha deixado cair! Assim que embarcou novamente tomou uma esparrela daquelas né!!!

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    1. Grande Walnei, imagino como você deve ter se segurado até a hora de dar aquele esporro nele. Esses adolescentes não são fáceis, quase nos infartam! [risos!]

      Obrigado pelo comentário, bons ventos desde a Babitonga!

      P.S.: Esses dias o Nilson perguntou por aqui da sua ausência no blog do Vivre. Tem saído com o barco?

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  2. Que maravilha Rico, conseguir ter os adolescentes, em especial AS adolescentes juntas em nossos passeios é um ato glorioso.
    eu faço tudo para conseguir ter minha adolescente a bordo, as vezes eu consigo, as vezes não, e o pêndulo da decisão sabe qual é?
    Posso levar uma amiga??
    Vai ter sinal de celular?
    Deixa-las sem sinal de celular é uma punição quase maior que um castigo. Eu não me conformo com isto e tento reverter este conceito, mas com a força da turma da maça como você falou... é difícil.
    Parabéns pelas lindas velejadas!
    abs
    Paulo Ribeiro
    Bepaluhê

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    1. Beleza Paulo!

      Enquanto estávamos velejando os aparelhinhos continuavam "a todo vapor". Não temos som no barco, o celular delas têm! Essa "hiper conectividade" não faz parte da nossa cultura e geração, por isso quem sabe, nosso estranhamento.

      Felizmente nossa filha não é excessivamente conectada e quando fica sabendo que estamos programando uma velejada chega a perguntar se pode faltar aula (está no terceirão)! Ainda não tivemos o problema do "sinal", pois dentro da Babitonga sempre há! [risos]

      Muito obrigado pelos elogios, comentário e presença virtual.

      Abraços da nossa família à sua desde a Babitonga!

      P.S. Estamos sempre de olho nas postagens do Bepaluhê.

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  3. Tudo bem Rico!!!
    Que maravilha, mais uma vez,uma bela velejada,aqui em Antonina somos carente de vento as vezes ficamos chateados, programamos a semana inteira para velejar quando chegamos la em baixo o vento nem aparece para tomar uma cafezinho(risos)

    Tenho quatro filhos o mais novo de 4 anos ama o mar, ele que pede para velejar quando chega na marina conhece todo mundo faz a maior bagunça,no barco e impossível que ele fique quieto mas a gente tenta.Ja os mais velhos quando querem ir pro barco sempre vem a aquele pergunta"da pra levar mais um amigo(a),eles pensam que o barco e ônibus que cabe 40 passageiro rsrsr , mas sempre que da levamos todo mundo.A outra pergunta e vai ter churrasco.

    Se tratando de perda no mar, já perdi duas coisas que fiquei chateado, uma defensa novinha e uma vara de pescar, doeu no coração,mas fazer o que né.

    Abç

    Nilson

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    1. Grande Nilson!

      O Victor também é espoleta, mas na medida aceitável, temos que ter paciência; ele é muito saudável, continua ligado no 220 volts até quando está com febre! Na última velejada levei um mapa de São Francisco do Sul e pedi a ele que "plotasse" nossa posição, era a carta náutica dele! Imagina se ele não gostou? Você disse que perguntam do churrasco, como ainda não fomos muito longe não chegaram a perguntar mas sempre levamos um lanche leve, principalmente para o Victor, aí ele não fica entediado e todo mundo fica contente.

      É comandante, então o seu barco sempre está na capacidade máxima, que beleza, família unida velejando é uma delícia!

      Semana passada perdemos também uma defensa, não era novinha mas, essas coisas não são baratas. Foi por causa do vento sul, quando entra com força causa muita pressão entre o trapiche e o barco; o cabo que segurava a defensa rompeu. Coloquei agora uns mais reforçados.

      Sou uma negação como pescador, dá até vergonha. O Victor vive perguntando quando vamos pescar, preciso começar, pois não tenho o mínimo jeito para essas coisas. Essas perdas são mínimas, depois recuperamos. A segurança, essa sim, é primordial, por isso, quando a Joanna foi segurada pelo guarda mancebo meu coração quase saiu pela boca.

      Abraços da nossa família à sua!

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