segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Um mísero parafuso!

“Deus está nos detalhes” Ludwig Mies van der Rohe

Quando da última navegada, registrada aqui pela postagem Velejada Noturna, o motor, falhou quando estávamos no meio do trajeto de retorno. Desde então, tentei fazê-lo funcionar sem sucesso. Com a presença sempre exata e imprescindível, Cesar matou a charada.

Iniciamos os procedimentos no motor para dar a partida. Tudo aparentemente certo, notamos que a faísca, função da vela, não estava sendo acionada. Tentei girá-lo várias vezes e Cesar notou que não havia explosão dentro da câmara de combustão. Descobriu isso, com o carburador desmontado, apenas jogando desengripante diretamente nos dutos de admissão e dando a partida. Esse é um teste que fazemos pra saber se a explosão está ocorrendo. Esses tubos de spray têm um gás explosivo, responsável pela saída do líquido, logo, se aplicarmos dentro da câmara e acionarmos a partida, ele explodirá, como um combustível. A explosão, depois de girar o motor, não ocorria. Cesar então me pediu para parar. Precisávamos analisar. Fez uma inspeção visual geral e constatou a bobina, que fornece a energia elétrica necessária ao funcionamento das velas, fora de seu lugar. Tinha caído. Rapidamente, reinstalou-a. Explicou-me que a bobina deve, obrigatoriamente, estar fixada, ou ligada, ao bloco do motor. O motivo é simples, a bobina funciona somente com um fio (geralmente vermelho) positivo para ligá-la, o negativo é feito através de um terra, simplesmente encostando a parte metálica da bobina com o motor, isso se faz através de um parafuso que a mantém presa ao bloco do motor. Quando estávamos voltando, da última vez, a vibração do motor, naturalmente, afrouxou o parafuso que prende a bobina e ela caiu. Cesar ainda me explicou que ela pode até ficar fora de seu lugar, mas então é preciso ligar um fio dela até a parte metálica do motor, um terra que tem função do negativo. 



Números 4 e 8: A bobina e sua instalação

Note ainda, através do desenho, que a bobina é fixada ao bloco através de dois parafusos. In loco, só existe o parafuso de cima, só descobrimos a existência do parafuso de baixo observando o manual do motor. Isso explica também o afrouxamento e consequente queda; com dois parafusos fazendo a fixação (como no original) será difícil, quem sabe impossível, acontecer da bobina cair novamente desativando o sistema elétrico das velas.


            Próxima pequena tarefa é encontrar um parafuso adequado para fixar a parte de baixo da bobina, pois esse parafuso era inexistente.

            Com essa nova lição aprendida finalizo a postagem agradecendo Cesar pela aula (prática!) de elétrica. Até a próxima!



4 comentários:

  1. ah, os parafusos... eles, e seus primos, pinos e cupilhas, podem fazer um estrago gigantesco!!! Mas que bele professor vc arrumou, em seu Rico?! Dom Cesar é o cara!!! Bons ventos, desde a baixada santista! ;-)

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    1. Tem razão Juca. É bom poder contar com a experiência e paciência de alguém que sabe das coisas. Bons ventos desde a Babitonga! [hehe]

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  2. Gente, acho que é por isso que me identifiquei com veleiros: motor de veleiro é a vela!! ...já os motores.....chama a seguradora!! Ou o Cesar!!
    Fui!! Velejando mesmo!!

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    1. [risos] É Cmte. Stark, você tem a sorte de ter um motorzinho zero bala, já nós aqui preferimos ressuscitar o antigo Volvinho, até por que, para o Cezar essa parte é pura diversão e ele só está revisando seus conhecimentos e eu aprendendo realmente, visto que só tinha feito alguns cursinhos rápidos, básicos e teóricos no SENAI. Agora, na prática, você sabe, é outro universo; concordemos. Calma! Essa semana velejaremos em micro flotilha se tudo der certo. Prova de que todo o trabalho com o Cesar está intacto é que foi só a bobina que caiu, pequeno problema que herdamos do antigo dono. Aos poucos vamos conhecendo o velho motorzinho e consequentemente pegando confiança nele. Abraço dos seus colegas de Vela da Babitonga!

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