Descobri
que o motor não está com problema. Era apenas a chave que aciona o duto de
entrada da água no motor para refrigerá-lo.
No
meio do trajeto entre o Capri e o Museu Nacional do Mar o vento quase
desapareceu, estávamos velejando em asa de pombo numa popa rasa a uns míseros
1,5 nós. Achamos por bem ligar o motor para que nossa chegada ao destino não
fosse tardia. A partida foi dada sem grandes problemas, como de praxe. Com as
velas abertas e o motorzinho apenas engatado em sua aceleração mínima ganhamos,
estimo, quase o triplo da velocidade. Uns vinte minutos depois notamos fumaça
saindo da cabine, todos estranharam e decidi desligar imediatamente o
motor. O diagnóstico era claro, não
havia arrefecimento e o motor estava esquentando. Um certo desconforto tomou
conta da gente pois teríamos que fazer a chegada velejando até a poita, o que
exige um pouco mais de cuidado.
Wagner
teve a ótima ideia de usar o pau de Spinaker na buja, com pouco vento, isso
obriga a vela a ficar estendida, evita o panejamento e aumenta a eficácia. Na foto, ele está ao lado do mastro usando o celular [!].
Estávamos
novamente só dependendo das velas e do vento quase inexistente. Para nossa
alegria, de repente, rajadas do quadrante nordeste começaram a entrar. Sorrimos
todos empolgados. Já estávamos chegando ao destino e lembrei que
tinha que avisar a Luciane para que ela fosse nos buscar. Então dei a ideia,
para aproveitar aquele vento bom que entrou, da gente dar uma esticada até o
outro lado da baía, na Vila da Glória. Foi só diversão, pude sentir como nosso
veleirinho se comporta, é um misto de estabilidade e desempenho [guardadas as
devidas proporções]. Foi o tempo da
Luciane se deslocar até o Museu e conseguimos testar o barco com um vento
ideal, logo estávamos no porto do Hoje!, a Luciane chegava por terra, nós pelo mar. Procedimentos de
chegada, amarração do barco à poita, guardamos as velas e desembarcamos.
Contudo,
uma coisa não me deixava quieto. Testamos o motor quando o barco estava no
seco, na carreta de encalhe, no Capri. Sr. Nestor, mecânico do Capri Iate Clube
há 30 anos verificou comigo tudo o que era necessário, inclusive o sistema de
arrefecimento. Alguma coisa estava errada, mas não era o motor.
Quando
saímos a motor do Capri Iate Clube, o motor morreu logo que o ligamos, então o
Wagner foi dar uma olhada e achou uma chave na base do motor. Achando que essa
chave era de fechar o fornecimento de combustível para o motor ele a mudou de
posição, pensando que desta forma estava abrindo. Concidentemente demos partida
novamente e o motor pegou. O que eu descobriria num outro dia conversando com
Sr. Nestor é que aquela chave é do duto da água que arrefece o motor, só
funciona quando está na posição de 90°graus, ou seja, quando ela está na
posição horizontal, independente do lado, está fechada, quando está na posição
vertical, está aberta. Voltei ao barco nesse final de semana e fiz o teste, a
água passou normalmente pelo duto interno do motor e saía no escape junto com
os gases queimados do combustível, do jeito que deve ser.
Assinalado
em vermelho, acima, a ínfima chave que por falta de uma lida no manual deixou
todo mundo apreensivo.
Até
o próximo post, abraço grave e bons ventos!
Rico, tomei a liberdade de colocar um Link do seu blog, lá no blog do vivre (flotilha), espero que não se importe! Bons Ventos!
ResponderExcluirImagina Walnei, obrigado! É justamente pra isso que existe um blog. São blogs como o seu, do Ricardo Stark [nos deu um empurrãozinho pra fazer logo esse] e do Juca que nos ajudaram na decisão de um veleiro, pois são muito elucidativos e incentivadores. Abraço grave e bons ventos!
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