Nesta quarta-feira, depois
de alguns dias tentando fazer o motor pegar, decidimos levar o barco de volta
ao Capri para fazer os devidos reparos. Convidamos o Luciano Saraiva para a
empreitada, já que sem motor exigia-se experiência na vela. Luciano, de prontidão,
aceitou o desafio.
Horário combinado,
estávamos todos reunidos mais uma vez no trapiche do Museu Nacional do Mar.
Saraiva,
tripulante exemplar, nos auxiliou na lavagem do convés, antes de zarpar.
Desta vez a empreita era
diferente, sairíamos na vela e tínhamos apenas uma bafagem de oeste [terral]
mais a corrente de maré [vazante], ambos na mesma direção, leste. Estes
elementos naturais acabaram nos levando ao porto que fica do lado direito do
Museu [em terra]. Sem vento o barco acabou derivando em direção ao porto [sim,
de novo! Acompanhe aqui]. Jogamos âncora e
fundeamos. Conferimos nossa posição, para ter certeza que não garraríamos, e
acompanhamos tendo como referência um poste que ficava a 270º relativos, ou
seja, no través de bombordo. A âncora bruce cumpriu perfeitamente seu papel e
estávamos seguros, um choque com o berço de atracação do porto não era mais
preocupação. A partir daí sentimos na pele o que a palavra paciência significa.
Como estava previsto, a partir do meio-dia, ventos do quadrante nordeste
começariam a entrar, só que com gentileza, uns 3 nós. Esses ventos gentis, que
poderiam nos tirar daquela situação desconfortável não eram sentidos, pois a
parede de contêineres que estava no berço do porto nos abrigava desse vento tão
pretendido. Saraiva, já descrente da nossa saída contatou o Bruno, que trabalha
na empresa de praticagem, e explicou a situação. Bruno, muito solícito e
compreensível, nos auxiliou no reboque da lateral do porto até o meio da baía.
Quero deixar nosso agradecimento, mais uma vez, ao pessoal da praticagem que
age de forma sempre imprescindível, muito mais como missão do que por
obrigação.
Estávamos no meio do canal, e da baía, agora os elementos nos empurrariam,
naturalmente, para nosso destino, o Capri.
Saraiva
sempre atento ao perfeito trimar das velas
Os 3 nós iniciais
aumentaram para uma boa aragem e depois ficaram entre 6 e 7 nós, vindos de
nordeste [sotavento]. Com essa frequência de vento, também frequente foi nossa
velocidade; média de 3,5 nós. O Hoje! deslizava suave e bonito por cima dos “carneirinhos”
formados pelo vento, sem caturrar ou bater, permanecia estável, seguindo no
rumo que adotamos; nessa hora reconhecemos a qualidade marinheira dele. No
contravento, recebendo o nordeste pelas bochechas de nosso querido barquinho
demos quatro bordos longos e logo estaríamos no canal do Iriri, que dá acesso
ao Capri.
Saraiva,
Letícia e Heloísa, essa última em sua primeira velejada.
Chegada
ao nosso destino, o Capri
Ainda
sem bote de apoio, contamos com a ajuda providencial do pessoal que colhe
berbigão. Não bastasse o enorme favor, ainda nos presentearam com a iguaria. Nosso
muito obrigado!
No
outro dia, cedo, uma bruma tomou conta de São Chico, o Hoje! ficou assim...
Despedimo-nos aqui. Obrigado ao nosso amigo velejador Luciano Saraiva. Quem quiser aprender a velejar pode acessar a página dele.
Até a próxima, bons ventos e velejadas para todos!
Até a próxima, bons ventos e velejadas para todos!
Essa foto do Hoje! no meio da bruma ficou simplesmente FANTÁSTICA!
ResponderExcluirObrigado Walnei, generosidade sua. Obrigado por acompanhar o blog.
ExcluirFato!! Foto Fantástica!! Fito e Fico Feliz!!
ResponderExcluirpura inspiração!! _/)~~~_/)~~~~_/)*
Obrigado Cmte Stark, e vamos velejar que tem muita água pra passar debaixo do casco!
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