Tão importante quanto dar seguimento ao
barco através das velas, é saber fundear. Para cessar o movimento do barco é
necessário fundeá-lo. Abafar ou recolher as velas e, com pouco seguimento, “jogar
o ferro”, ou seja, soltar âncora; fundear. É um procedimento básico e recurso
primordial à segurança, por isso deve ser treinado. A melhor coisa a se fazer
quando estivermos à matroca [ao sabor dos ventos e correntes] em local
onde corremos risco de um albaroamento [choque com outra embarcação] é jogar o
ferro. A regra de segurança diz:
· Soltar no
mínimo três [3] vezes de amarra em relação a profundidade do fundeadouro,
no caso de permanecermos pouco tempo;
· Numa eventual pernoite, serão necessários no
mínimo cinco [5] vezes a quantidade em metros de amarra em relação a
profundidade.
· Na
presença de corrente de maré ou ventos fortes, são soltos sete [7] vezes a profundidade:
Antes
do fundeio, verificar a carta náutica e a Tábua das Marés [enchente ou
vazante].
Para reforçar o “unhar” da âncora no fundo
damos “máquinas atrás devagar”. Verificar então se a embarcação não está à garra, ou
seja, com a âncora livre, sem função. Abaixo uma ilustração de uma âncora tipo Danforth “unhando”
o fundo:
Para facilitar a localização da âncora e
também como segundo recurso para suspendê-la, evitando a sua perda, usamos outro
cabo denominado arinque, que é amarrado e sinalizado através de
uma bóia de arinque. Um
pouco maior que a profundidade em metros, deve ser o comprimento do arinque [1 +
1/3]. Num fundeadouro com outros barcos auxilia muito na segurança por fazer
visualizar onde está o seu ferro e também por onde passa sua amarra, evitando outro
barco [principalmente veleiros] enroscar ou cortar [hélice], causando um
perrengue ou mesmo acidente.
Para
suspender o ferro, puxamos a amarra até ela ficar à pique,
ou seja, em sua menor estenção, dessa forma a âncora perde sua função, desprendendo-se
do fundo:
Devemos evitar fundos de
pedra, pois é praticamente inevitável a perda do ferro. Caso isso ocorra,
devemos “picotear” [cortar] a amarra para nos safarmos.
Um bom fundeadouro deve
ter:
·
Profundidade
adequada a nossa embarcação [evite o encalhe observando a menor profundidade na
baixa-mar];
· Fundo sem
grande declividade, caso contrário a embarcação “garrará”;
· Fundo de
boa tença [poder
de prender a âncora]. Ex.: areia, lama, cascalho ou uma combinação deles;
· Ter
espaço para o raio de giro mais o comprimento do barco. E ainda;
· Caso
necessário apoio ou desembarque, que seja próximo de terra.
Fontes:
Bibliografia: Navegar é Fácil, 12º Edição,
Geraldo Luiz Miranda de Barros;
Páginas para eventual consulta ou
aprofundamento: