Sejam
muito bem-vindos novamente a esse espaço virtual que é feito de forma caseira e
artesanal e tem o amor ao mar como motor principal. Desde a última experiência
marítima não atualizamos o blog e com os últimos acontecimentos isso faz-se
mais que oportuno. Nesses últimos dois meses muita água passou debaixo do casco
e quem quiser aprender um pouquinho com as experiências que tivemos pode ler as
postagens mais antigas remetendo-se ao passado escolhendo pelos meses na barra
lateral direita.
Tem sido através
desse singelo meio de comunicação que, hora somos influenciados através de
Blogs como dos antes apenas colegas virtuais e agora amigos, Juca Andrade da Escola de Vela Cusco Baldoso, Ricardo Stark do minucioso veleiro Gaipava,
Walnei Antunes do divertido Vivre, etc. e hora influenciamos, num ciclo
sinergético virtuoso as pessoas que estão vibrando na mesma frequência,
almejando uma vida mais leve, ideal, sustentável e mais todas essas coisas que
não saem da boca do povo mas que na prática é ainda, apenas utopia para a
grande maioria. Sim! Um barco a vela nos ensina de forma estritamente
pragmática muitas coisas que são apenas teoria perfumada pra vender produto
politicamente incorreto.
O Mar, presente em 71%
da superfície terrestre, elemento que habita nosso inconsciente e consciente de
alguns poucos, fascina o homem desde, muito provavelmente, que ele tem
consciência da sua grandiosidade. Muito antes de sonhar em voar, o homem
navegava. Essa prática arcaica está indelevelmente registrada em nosso DNA,
pois nossos antepassados obrigatoriamente navegavam, pois mesmo a milhas de
distância de um oceano, os índios sempre conduziram habilmente suas canoas nos
rios, independente da altitude em que habitavam.
Isso pode ajudar a
explicar o interesse cada vez maior das pessoas em navegar. Podemos, mesmo que
involuntariamente, tornamo-nos seres urbanos e modernos, mas essa via é um saco
sem fundo. Apenas iludimos e ludibriamos nossos sentidos os inebriando com
matéria insípida, incapaz de alimentar adequada e profundamente nossa alma.
Esse palpitar faz-se de forma sutil, e na correria das grandes cidades é sempre
abafado pelo excesso de estímulo. Mas, nossa alma cobra um grande preço caso
não seja atendida resultando disso seu adoecimento. E quais seriam os sintomas
desse adoecimento? Horas! Essa é uma pergunta muito profunda e difícil e a
resposta não é tão fácil. Como não somos profissionais no assunto arriscaremos
apenas alguns esboços. Como seres humanos carecemos de experiências reveladoras
de nosso verdadeiro caráter. Não somos máquinas, nem tão pouco somos orientados
por relógios, exceto o biológico que tem ritmos e funcionamento próprios. Somos
100% orgânicos, um dia voltaremos ao estado inicial de onde viemos e toda e
qualquer desvio do caminho é alertado através do corpo, mensageiro do espírito.
O homem teve sempre essa necessidade antropológica de conectar-se ao sagrado,
divino, eterno, etc. seja lá qual for o termo criado para designar isso, é
comum à toda humanidade. A maneira como se manifesta é que difere.
Nós, enquanto entes
humanos, sentimos uma grande necessidade de nos diferenciar. Isso é natural e
como tudo que é natural é bem-vindo, praticamente obrigatório. Precisamos
afirmarmo-nos como únicos, e realmente somos. Nesse caminho inequívoco nos manifestamos
cada qual à sua maneira. Precisamos refazer a conexão perdida com a natureza e
é nesse sentido que um barco nos coloca em contato íntimo com a natureza nos
suprindo, fornecendo e alimentando a alma em direção à necessidade primeira.
Podemos ter todas as condições que a sociedade vende como imprescindíveis e
ainda assim carecer da essência, tornando-se assim mendigos espirituais.
Todos carecem de
minutos de silêncio a sós, pelo menos uma vez ao dia. Todos carecem de um copo
d’água potável tomado com parcimônia. Todos carecem do contato com a
consciência que diz: “Você é único e importante.” E muitas dessas carências são
supridas através dessa conexão perdida com a natureza. Ninguém precisa de um
barco para isso, mas essa foi a desculpa que encontramos, é uma resposta à essa
indagação interna. É a maneira como lidamos com isso. É nossa resposta, cada
qual tem a sua.
Se você
identificou-se com o que relatei, provavelmente é dos nossos, mas fique
tranquilo, não estou vendendo nenhuma panaceia, é apenas o que nosso saudoso
poetinha Vinicius de Moraes uma vez ilustremente intuiu: A vida é a arte do encontro.
A travessia apenas
começou, caçemos os panos!
Cmte.Rico Floriani, já estava sentindo falta dos seus 'posts'....E ainda falta terminar a 'Saga' do Maranhão, ou já acabou?? Parabéns ao Julio, que adquiriu um excelente veleiro e de 'quebra', arranjou novos amigos. E o mar faz isso mesmo: agrega pessoas com os mesmos sentimentos , ideias e objetivos. E a finalidade do blog é sim, incentivar pessoas a alcançar seus sonhos (além de servir de diário de bordo). Obrigado pela menção prá lá de honrosa!! Abraços a todos!!
ResponderExcluirMuito obrigado colega da Vela, assíduo e participativo leitor. Ficamos todos felizes com suas palavras. Abraços!
ExcluirFeliz e honrado em conhecer-te, Rico ! Parabéns pelo post ! Proponho um desafio a ti ! Lance um livro, meu amigo !
ResponderExcluirFelicidade e honra recíprocas então, obrigado pelo elogio! Fico tentado com seu desafio, porém, esperemos a hora certa dele nascer, quem sabe esse nosso Blog não é seu estágio embrionário?
ExcluirGrande abraço desde a sua baía Babitonga!
Sensacional!
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