domingo, 4 de agosto de 2013

Velejada Vespertina

Nessa sexta-feira, o dia inteiro de sol e quente para o inverno, chegando aos 25° C quando o astro rei estava à pino. Estava ansioso para poder fazer nosso veleirinho Hoje! deslizar novamente pelas águas da Babitonga e liguei na hora do almoço para o Marcelo, amigo que fizemos logo que chegamos com o barco, por terra, no Capri. Marcelo disse que estava terminando de almoçar e que logo partiria para o Capri.

Feliz proprietário de um Van de Stadt 30 Júpiter, nossa família teve o privilégio de estrear na Babitonga à convite dele no Talhamar. A euforia foi tanta que esqueci a máquina fotográfica no carro e não pude registrar visualmente essa velejada que pra nós foi histórica. Ficou o registro indelével na memória e o início de uma amizade, o outro amigo, Luciano Saraiva também estava nesse dia. Isso foi antes de acertarmos os detalhes para relançarmos o Hoje! nágua.

Horário acertado para a saída nos encontramos na frente da oficina do Sr. Nestor. Como sempre, o pessoal que trabalha com ele; Pepê, Patrick e Átila, sempre muito solícitos, nos auxiliaram com o bote [aqui chamam de bateira] que nos leva até o barco. Marcelo, velejador experiente [começou a velejar em 1978, eu nasci um ano depois!] começou a me mostrar como eu poderia arrumar as velas e tralhas para poder operar o Hoje! sozinho. Procedimentos todos efetuados, ligamos o motor e saímos. Como tínhamos o final de tarde somente pra velejar era melhor ligar o motor pra podermos sair pelo canal do Iriri, acelerando o processo. Usaríamos as velas na baía.


Saindo no motor para ganhar tempo e poder aproveitar a velejada antes do pôr do sol


Note, à direita da foto, a vela largada no convés, pronta para ser içada

Tão logo sentimos o motor ser desnecessário, e isso não demorou muito, pois soprava um nordeste típico de tempo estável por aqui nessa época, 6 nós, içamos as velas e desligamos o motor. Pronto, estávamos velejando! Ultrapassamos as bóias que delimitam o acesso ao Capri de forma ágil, os ventos eram brandos porém constantes e logo rajadas começariam a entrar. Os ventos eram gentis, mas o mar não estava liso, prenunciava na sexta o que alertaram os meteorologistas quanto a ressaca que ocorre hoje, domingo, e amanhã. A velejada foi das mais emocionantes, divertidas e também, pra mim, temerosas. Como nunca havia navegado com ondas, perguntava ao Marcelo se tudo corria normalmente, ele, sentindo as rajadas entrar, só “caçava os panos”, é meus amigos, ele tensionava mais as velas, o barco adernou [segundo ele] mais de 40° e as ondas, ah! as ondas... elas tinham quase um metro contando da sua base, e as vagas eram curtas. Subíamos e descíamos pelas ondas no contravento, segundo Marcelo, as rajadas chegaram a uns 16 nós, e ele só elogios ao barquinho. Devo concordar pois era nítido o cortar das ondas sem embarcar uma gota dágua. Nessa altura fiquei mais relaxado pois notava-se claramente que o trabalho não era dos mais penosos para o barco, pelo contrário, demonstrou valentia e ser feito justamente para isso. A emoção foi tamanha que não quis largar o leme para fotografar ou filmar, inclusive esse é a um dilema do fotógrafo/cinegrafista/jornalista, a partir do momento em que você participa do que está registrando você sai da posição de observador, ficando prejudicado o material. Essa vivência ficou registrada em minha mente e como o resultado foi positivo fico esperando uma próxima vez. Como não tínhamos muito tempo, era o final da tarde, demos um bordo até Itapoá, bem perto do farol [desativado], depois outro bordo até a torre do sumidouro e então, devido ao horário, achamos por bem retornar paralelamente à praia do Capri. Abrimos as velas de modo que o vento nos empurrasse, pela alheta, nos devolvendo até o canal do Iriri novamente. Radiantes e realizados, embora curta, a velejada foi um sucesso. Mais aprendizado pra mim e muita diversão para o Marcelo que ficou surpreso com as rajadas que recebemos de presente e feliz com a velocidade que desenvolvemos.


Retorno pelo canal do Iriri, que é bem abrigado e dificilmente tem ondulações.


Assista ao vídeo da velejada:



Mais uma velejada vitoriosa por aqui, agradeço ao Marcelo por compartilhar de sua experiência comigo.


Abraço grave, ótimos ventos e velejadas a todos! Ótima semana e até a próxima!

4 comentários:

  1. Eu estava achando estranho mesmo esse seu "matutino", mas achei que fosse coisa do fuso horário, kkk!. Bons ventos e parabéns pelas velejadas. A luz dai é de dar inveja!

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    1. Fuso horário [risos], deve ser da minha cabeça! Obrigado Capitão Juca! Esse dia o pôr do sol foi especial, não captei nenhuma foto pois a conversa no cockpit estava muito boa. Abraço, ótimos ventos e velejadas aí em Santos!

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  2. Beleza de Velejada Rico!! São esses momentos que fazem a vida valer a pena!!

    Com relação às fotos, vai uma ideia: eu fiz um suporte ultra-mega-tabajara , uma trapizonga que mantém a câmera sobre o casario da cabine. Como às vezes saio em solitário, ela registrava tudo e depois eu editava. Funciona!!

    Barco adernado, em segurança, ondas pela proa...Bom Demais!!

    abraços!! _/)~~~~_/)~~~~

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    1. Obrigado Cmte. Ricardo! Concordo com suas palavras.

      Vou estudar uma traquitana como a sua, com certeza vai garantir ótimas fotos e vídeos, muito boa a dica.

      É, barquinho adernado é garantia de emoção!

      Abraços, ótimos ventos e velejadas no Saco da Ribeira!

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